Queridos leitores, que prestigiam meu humilde blog!!!
Gostaria muito que dessem suas opiniões, sejam boas ou ruins, pois quero deixar esse blog do jeitinho que todo mundo gostaria de ler.
Inclusive sugestões de textos e até mesmo sites!!!
E se houver algum texto com autoria errada, por favor me informe pois quero dar os creditos a pessoa certa!!!
E aproveito para agradecer os meus seguidores!!!! nunca esperava ja ter 20 pessoas em pouco tempo de site!!!
beijao no coração de todos!!!!
Juliana
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
domingo, 24 de janeiro de 2010
A morte de cada dia
"A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida que eu já tô ficando craque em ressurreição.
Bobeou eu tô morrendo, na minha extrema pulsão, na minha extrema-unção, na minha extrema menção de acordar viva todo dia.
Há dores que sinceramente eu não resolvo sinceramente sucumbo Há nós que não dissolvo e me torno moribundo de doer daquele corte do haver sangramento e forte que vem no mesmo malote das coisas queridas, vem dentro dos amores dentro das perdas de coisas antes possuídas dentro das alegrias havidas.
Há porradas que não tem saída há um monte de "não era isso que eu queria" Outro dia, acabei de morrer depois de uma crise sobre o existencialismo 3º mundo, ideologia e inflação...
A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida ensaiar mil vezes a séria despedida a morte real do gastamento do corpo a coisa mal resolvida daquela morte florida cheia de pêsames nos ombros dos parentes chorosos cheio do sorriso culpado dos inimigos invejosos que já to ficando especialista em renascimento.
Hoje, praticamente, eu morro quando quero: às vezes só porque não foi um bom desfecho ou porque eu não concordo Ou uma bela puxada no tapete ou porque eu mesma me enrolo Não dá outra: tiro o chinelo... E dou uma morrida! Não atendo telefone, campainha... Fico aí camisolenta em estado de éter nem zangada, nem histérica, nem puta da vida! Tô nocauteada, tô morrida! "
Elisa Lucinda
Bobeou eu tô morrendo, na minha extrema pulsão, na minha extrema-unção, na minha extrema menção de acordar viva todo dia.
Há dores que sinceramente eu não resolvo sinceramente sucumbo Há nós que não dissolvo e me torno moribundo de doer daquele corte do haver sangramento e forte que vem no mesmo malote das coisas queridas, vem dentro dos amores dentro das perdas de coisas antes possuídas dentro das alegrias havidas.
Há porradas que não tem saída há um monte de "não era isso que eu queria" Outro dia, acabei de morrer depois de uma crise sobre o existencialismo 3º mundo, ideologia e inflação...
A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida ensaiar mil vezes a séria despedida a morte real do gastamento do corpo a coisa mal resolvida daquela morte florida cheia de pêsames nos ombros dos parentes chorosos cheio do sorriso culpado dos inimigos invejosos que já to ficando especialista em renascimento.
Hoje, praticamente, eu morro quando quero: às vezes só porque não foi um bom desfecho ou porque eu não concordo Ou uma bela puxada no tapete ou porque eu mesma me enrolo Não dá outra: tiro o chinelo... E dou uma morrida! Não atendo telefone, campainha... Fico aí camisolenta em estado de éter nem zangada, nem histérica, nem puta da vida! Tô nocauteada, tô morrida! "
Elisa Lucinda
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O homem mais bonito do mundo
"Uma vez eu conheci o homem mais bonito do mundo. Eu estava sentada no chão de uma festa com pocinhas. Toda festa de jornalista forma pocinhas, pode reparar. E ele veio falar comigo “vai molhar a calça”. Ah, mas vou mesmo.
Se tratava do homem mais bonito do mundo, eu não tinha nenhuma dúvida. Quem poderia ser mais bonito do que ele? Javier Bardem? Não. Basta vê-lo no filme da cólera pra saber o potencial que ele tem pra feiúra. O Brad Pitt? Eu prefiro os morenos. O Jesus Luz? Acho fraco, ele tem aquele lapso de vergonha suburbana no branco dos olhos. Não gosto de homem que se sente devendo algo ao cosmos. Homem que faz pose de topo de cadeia alimentar mas sofre as dores de uma coluna ainda arredondada pelo começo da evolução.
Enfim, tratava-se do homem mais bonito do mundo. E ele veio falar comigo. E eu estava sentada no chão. E ali mesmo trocamos uns beijos e telefones e confissões e eu lembro que, apesar de estar com muito sono e cansaço e desesperança com a vida, fiquei tentando descobrir o que um homem daquele nível supremo de beleza (um metro e noventa, olhos azuis, cabelos castanhos cacheados, ombros que iam até o Chile) tinha visto numa garota bem mediana que estava sentada no chão em um dos dias de menor brilho de sua carreira social.
Apliquei o teste do cotovelo durante o beijo (a leve roçadinha sem querer pra saber se o membro promete ou não promete). Apliquei o teste da sapiência média (você comenta que quando você olha pro abismo, o abismo olha pra você, e espera pra ver se ele tem alguma cultura de filosofia de almanaque). Apliquei o teste da bobeira erudita, uma merda qualquer que você lança no ar tipo “ai que vontade de chafurdar por essas lamas universais” e se o cara for minimamente interessante ele compra a besteira e devolve uma outra melhor ainda. Se ele for um tapado ele ri e fala algo idiota tipo “quero o mesmo que você está tomando” e daí você sabe que está, novamente, sozinho no mundo. Como sempre.
E ele, do alto de sua absurda e dolorosa beleza, foi tirando nota sete e meio em todos os quesitos. Devolveu uma besteira à altura, conhecia frases pessimistas perfeitas para uma noite estrelada e passou com certo louvor no teste do cotovelo.
No dia seguinte, já pela manhã, chegou uma mensagem de texto do homem mais bonito do mundo “quero te ver”. E foi então que resolvi pedir ajuda. Juntei a mulherada em casa. E todas nós, em silêncio, começamos a “googla-lo”. Até que uma foto bem grande, dele só de bermuda, sorrindo, ocupou a tela inteira e o coração de todas nós. Algumas suspiraram. Algumas tiveram ataque de riso nervoso. Uma ficou bem irritada e foi embora. Outras me olharam com a miopia bem apertada tentando descobrir que é que eu tinha pra merecer aquilo tudo. Ele era realmente o homem mais bonito do mundo. Todas concordaram. Não existe homem mais bonito do que esse e talvez nunca existirá. E, ao que tudo indica, trabalhador, com amigos do bem, amante da natureza e das crianças. A ficha.com estava limpíssima. Mas v ocê viu se ele…Vi, vi, sim, ele passou no teste do cotovelo. Burro? Não. Então o quê hein? Pois é, amigas tão honestas, eu também não sei o que ele viu em mim. Tentaram uma última explicação, olhando para os meus pés “ah, vai ver ele gosta de sexo bizarro”. É, vai ver. Outra explicou assim “ah, tem tanto casal que a gente vê e não se conforma”. Pois é.
Fiquei quarenta e sete dias com o homem mais bonito do mundo. Todo mundo olhava pra ele. Homens, mulheres, velhinhos, crianças, cachorros, pombas, formigas. Ele poderia ter qualquer uma das anjinhas da Victoria’s Secret (caso além de perfeito fosse trilhardário também...não era o caso, mas era bem de vida) mas preferia estar comigo. Ele definitivamente não tinha nenhum problema sexual, aliás, muito pelo contrário: fazia parte do seletíssimo grupo de homens que, apesar de não fazer feio em medidas, são adeptos do sexo minimalista (aquele que sabe o valor da delicadeza pontual, ritmada, paciente e amorosa), entendia os filmes do Reserva Cultural e me explicava as palavras mais difíceis das músicas do Radiohead.
Tudo ia muito bem até que um dia, na fila pra comprar uma bomba de chocolate numa rua de Higienópolis, eu resolvi explodir aquela relação. Ele era tão bonito que me...que me...que...sei lá. Lembro que na hora pensei algo assim “ah, má vá ser bonito assim lá na puta queo pariu”. E ele foi."
Tati Bernardi
Se tratava do homem mais bonito do mundo, eu não tinha nenhuma dúvida. Quem poderia ser mais bonito do que ele? Javier Bardem? Não. Basta vê-lo no filme da cólera pra saber o potencial que ele tem pra feiúra. O Brad Pitt? Eu prefiro os morenos. O Jesus Luz? Acho fraco, ele tem aquele lapso de vergonha suburbana no branco dos olhos. Não gosto de homem que se sente devendo algo ao cosmos. Homem que faz pose de topo de cadeia alimentar mas sofre as dores de uma coluna ainda arredondada pelo começo da evolução.
Enfim, tratava-se do homem mais bonito do mundo. E ele veio falar comigo. E eu estava sentada no chão. E ali mesmo trocamos uns beijos e telefones e confissões e eu lembro que, apesar de estar com muito sono e cansaço e desesperança com a vida, fiquei tentando descobrir o que um homem daquele nível supremo de beleza (um metro e noventa, olhos azuis, cabelos castanhos cacheados, ombros que iam até o Chile) tinha visto numa garota bem mediana que estava sentada no chão em um dos dias de menor brilho de sua carreira social.
Apliquei o teste do cotovelo durante o beijo (a leve roçadinha sem querer pra saber se o membro promete ou não promete). Apliquei o teste da sapiência média (você comenta que quando você olha pro abismo, o abismo olha pra você, e espera pra ver se ele tem alguma cultura de filosofia de almanaque). Apliquei o teste da bobeira erudita, uma merda qualquer que você lança no ar tipo “ai que vontade de chafurdar por essas lamas universais” e se o cara for minimamente interessante ele compra a besteira e devolve uma outra melhor ainda. Se ele for um tapado ele ri e fala algo idiota tipo “quero o mesmo que você está tomando” e daí você sabe que está, novamente, sozinho no mundo. Como sempre.
E ele, do alto de sua absurda e dolorosa beleza, foi tirando nota sete e meio em todos os quesitos. Devolveu uma besteira à altura, conhecia frases pessimistas perfeitas para uma noite estrelada e passou com certo louvor no teste do cotovelo.
No dia seguinte, já pela manhã, chegou uma mensagem de texto do homem mais bonito do mundo “quero te ver”. E foi então que resolvi pedir ajuda. Juntei a mulherada em casa. E todas nós, em silêncio, começamos a “googla-lo”. Até que uma foto bem grande, dele só de bermuda, sorrindo, ocupou a tela inteira e o coração de todas nós. Algumas suspiraram. Algumas tiveram ataque de riso nervoso. Uma ficou bem irritada e foi embora. Outras me olharam com a miopia bem apertada tentando descobrir que é que eu tinha pra merecer aquilo tudo. Ele era realmente o homem mais bonito do mundo. Todas concordaram. Não existe homem mais bonito do que esse e talvez nunca existirá. E, ao que tudo indica, trabalhador, com amigos do bem, amante da natureza e das crianças. A ficha.com estava limpíssima. Mas v ocê viu se ele…Vi, vi, sim, ele passou no teste do cotovelo. Burro? Não. Então o quê hein? Pois é, amigas tão honestas, eu também não sei o que ele viu em mim. Tentaram uma última explicação, olhando para os meus pés “ah, vai ver ele gosta de sexo bizarro”. É, vai ver. Outra explicou assim “ah, tem tanto casal que a gente vê e não se conforma”. Pois é.
Fiquei quarenta e sete dias com o homem mais bonito do mundo. Todo mundo olhava pra ele. Homens, mulheres, velhinhos, crianças, cachorros, pombas, formigas. Ele poderia ter qualquer uma das anjinhas da Victoria’s Secret (caso além de perfeito fosse trilhardário também...não era o caso, mas era bem de vida) mas preferia estar comigo. Ele definitivamente não tinha nenhum problema sexual, aliás, muito pelo contrário: fazia parte do seletíssimo grupo de homens que, apesar de não fazer feio em medidas, são adeptos do sexo minimalista (aquele que sabe o valor da delicadeza pontual, ritmada, paciente e amorosa), entendia os filmes do Reserva Cultural e me explicava as palavras mais difíceis das músicas do Radiohead.
Tudo ia muito bem até que um dia, na fila pra comprar uma bomba de chocolate numa rua de Higienópolis, eu resolvi explodir aquela relação. Ele era tão bonito que me...que me...que...sei lá. Lembro que na hora pensei algo assim “ah, má vá ser bonito assim lá na puta queo pariu”. E ele foi."
Tati Bernardi
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Sou Gente
"O problema é que eu não quero admitir pra mim mesma que acabou. Que nunca mais eu vou sentir o calor da pele dele. Que ele não vai mais me fazer aquele carinho despretensioso de sempre. Que a gente não vai, nunca mais, poder fingir que nada aconteceu. Porque ficou gravado em mim e nele também, ainda que de formas ou intensidades diferentes.
É que eu acho tão triste assumir que um amor acabou. Uma coisa tão bonita, um sentimento verdadeiro não teve chance de aflorar, de se mostrar. É duro aceitar que você não terá a chance de gritar aos quatro cantos do mundo o que você sente. Mas é preciso. É preciso se conscientizar de que as pessoas vêm e vão. E algumas não são pra você. Não que sejam melhores nem piores. Apenas não são pra você. Inúmeras vezes acreditei que eu nunca ia desistir dele na minha vida inteira, que eu nunca gostei tanto de alguém como eu gosto dele. E quando eu começo a provar o que é esquecer, ele reaparece. Justamente onde eu menos espero. Aí eu vejo que não adianta. Não adianta porque eu não quero deixar de sentir isso, eu não quero desistir. O que eu sinto supera a solidão, a tristeza... Por mais que eu sofra, eu sei que vou ver ele de novo. E quando eu vejo, eu sofro. Mas eu sinto uma coisa tão gostosa no meu coração. É uma sensação deliciosa de ter ele por perto, de saber que ele mesmo sem querer vai me olhar. Me disseram que amor não correspondido é coisa de criança, que eu sou uma mulher madura, já deveria ter me resolvido. Mas será mesmo que amor não correspondido é coisa de criança? As crianças dão valor ao que sentem, vivem intensamente. Nós, adultos tão seguros de nós mesmos, não podemos sofrer? Somos uma máquina movida a interesse? Não podemos assumir “sim, eu sou apaixonada por ele, mas ele não me quer”. Ah não.. se for assim, onde esse mundo vai parar? Sou pessoa de sentimentos verdadeiros. Pessoa! Nem criança, nem mulher... Sou gente! E tenho emoções, boas ou ruins. Não tenho medo de assumi-las. Na hora que tiver que ser isso passa. Cedo ou tarde. E eu vou ter vivido intensamente."
Natália Carneiro
É que eu acho tão triste assumir que um amor acabou. Uma coisa tão bonita, um sentimento verdadeiro não teve chance de aflorar, de se mostrar. É duro aceitar que você não terá a chance de gritar aos quatro cantos do mundo o que você sente. Mas é preciso. É preciso se conscientizar de que as pessoas vêm e vão. E algumas não são pra você. Não que sejam melhores nem piores. Apenas não são pra você. Inúmeras vezes acreditei que eu nunca ia desistir dele na minha vida inteira, que eu nunca gostei tanto de alguém como eu gosto dele. E quando eu começo a provar o que é esquecer, ele reaparece. Justamente onde eu menos espero. Aí eu vejo que não adianta. Não adianta porque eu não quero deixar de sentir isso, eu não quero desistir. O que eu sinto supera a solidão, a tristeza... Por mais que eu sofra, eu sei que vou ver ele de novo. E quando eu vejo, eu sofro. Mas eu sinto uma coisa tão gostosa no meu coração. É uma sensação deliciosa de ter ele por perto, de saber que ele mesmo sem querer vai me olhar. Me disseram que amor não correspondido é coisa de criança, que eu sou uma mulher madura, já deveria ter me resolvido. Mas será mesmo que amor não correspondido é coisa de criança? As crianças dão valor ao que sentem, vivem intensamente. Nós, adultos tão seguros de nós mesmos, não podemos sofrer? Somos uma máquina movida a interesse? Não podemos assumir “sim, eu sou apaixonada por ele, mas ele não me quer”. Ah não.. se for assim, onde esse mundo vai parar? Sou pessoa de sentimentos verdadeiros. Pessoa! Nem criança, nem mulher... Sou gente! E tenho emoções, boas ou ruins. Não tenho medo de assumi-las. Na hora que tiver que ser isso passa. Cedo ou tarde. E eu vou ter vivido intensamente."
Natália Carneiro
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Você sabe o que é amar?
"Eu queria ser mais, mais forte que você. Mais mulher do que você é homem. Eu queria que você ao menos me achasse forte, mulher, bonita, decidida, auto-suficiente. Às vezes eu acho que te esqueci.. Mas eu só acho. O que eu sei e posso dizer com certeza é que ficar indiferente a você é a coisa que eu mais tento e menos quero. E o que vai demorar muito pra eu conseguir. Não adianta, eu te olho com amor. Com simplicidade, com beleza. Você vai ser pra sempre aquele menino de mãos quentes, tão atencioso. Eu queria poder conversar contigo. Te entender. Eu compreendo que você não sinta o mesmo que eu, aceito. Mas eu queria saber, entender, te confidenciar tudo o que ta guardado no meu coração. Queria te perguntar se você sabe o que é tremer só de ver outra pessoa. Se você sabe o que é pensar em alguém 24 horas por dia. Se você sabe o que é ganhar a noite só porque viu a pessoa amada, ainda mais sem esperar. Queria te perguntar se você sabe o que é não conseguir dormir porque aquele certo alguém fica martelando em sua cabeça e não te deixa relaxar. Se você sabe o que é chorar de desespero, de falta de esperança. Se você sabe o que é amar alguém sabendo que ta tudo perdido. Queria saber se você sabe o que é querer um só abraço seu e não ter. Se você sabe o que é me perder no seu sorriso. Se você sabe o que é desejar estar nem que seja por um minutinho nos seus pensamentos. Não é que sem você eu não viva, mas eu te necessito tanto!
Natália Carneiro
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Natália Carneiro
Não perca seu tempo comigo
"Verdade seja dita. Eu não sou como você esperava. Eu não sou uma loira-barbie pra te acompanhar nas festas jet-setters que você freqüenta. Eu não tenho um par de peitos de 300ml de silicone em cada um. Não tenho uma bunda de 102cm de diâmetro como a da Juliana Paes. Eu sou muito mais do que você espera. Muito mais do que você agüentaria. E talvez até mais do que você merece.
Porque eu sou fiel aos meus sentimentos. Vou estar com você quando eu realmente quiser estar. Vou te ligar quando eu quiser falar com você. Porque eu não passo vontade. E nem vou passar vontade de você. Não vou fazer joguinho. Eu me entrego mesmo. Assim. Na lata. Eu abro meu coração. Rasgo o verbo. Me dou em prosa. E se te disser que não te quero, meu olhar vai me desmentir na tua frente. Porque eu falo antes de pensar. Eu falo até sem sequer pensar. Eu penso falando. E se estou com você, aí, não penso duas vezes. Não penso em nada. Não quero mais nada.
Brena Braz
Porque eu sou fiel aos meus sentimentos. Vou estar com você quando eu realmente quiser estar. Vou te ligar quando eu quiser falar com você. Porque eu não passo vontade. E nem vou passar vontade de você. Não vou fazer joguinho. Eu me entrego mesmo. Assim. Na lata. Eu abro meu coração. Rasgo o verbo. Me dou em prosa. E se te disser que não te quero, meu olhar vai me desmentir na tua frente. Porque eu falo antes de pensar. Eu falo até sem sequer pensar. Eu penso falando. E se estou com você, aí, não penso duas vezes. Não penso em nada. Não quero mais nada.
Então, não perca seu tempo comigo. Eu não sou um corpo que você achou na noite. Eu não sou uma boca que precisa ser beijada por outra qualquer. Eu não preciso do seu dinheiro. Muito menos do seu carro. Mas, talvez, eu precise dos seus braços fortes. Das suas mãos quentes. Do seu colo pra eu me deitar. Do seu conselho quando meu lado menina não souber o que fazer do meu futuro. Eu não vou te pedir nada. Não vou te cobrar aquilo que você não pode me dar. Mas uma coisa, eu exijo. Quando estiver comigo, seja todo você. Corpo e alma. Às vezes, mais alma. Às vezes, mais corpo. Mas, por favor, não me apareça pela metade. Não me venha com falsas promessas. Eu não me iludo com presentes caros. Não, eu não estou à venda. Eu não quero saber onde você mora. Desde que você saiba o caminho da minha casa. Eu não quero saber quanto você ganha. Quero saber se ganha o dia quando está comigo.
Você não vai me ver mentir. Desista. Mentiria sobre a cor do meu cabelo. Sobre minha altura. Até sobre meus planos para o futuro. Mas não vou mentir sobre o que eu sinto. Nem sob tortura. Posso mentir sobre minha noite anterior. Sobre minha viagem inesquecível. Mas não agüentaria mentir sobre você por um segundo. Não na sua cara. Mentiria pras minhas amigas sobre a sua beleza. Diria que tem corpo de atleta e um quê de Don Juan (mesmo sabendo que elas iriam descobrir a farsa depois). Mas não me faça mentir e dizer que não te quero. Que eu não estou na sua. Não me obrigue a jogar. Não me obrigue a dizer “não” quando eu quiser dizer “sim”. Não me faça tirar você da minha vida porque meu coração ainda acelera quando você me liga.
Insisto. Não perca seu tempo comigo. Porque eu não quero entrar no seu carro se não puder entrar na sua vida. Não me conte seu passado se eu não puder viver seu presente. Não faça planos comigo se não me incluir no seu futuro. Não me apresente seus amigos se, amanhã, vou virar só mais uma. Me poupe do trabalho de adivinhar seus pensamentos. Diga que me quer apenas quando for verdade. Diga que está com saudade apenas se sentir minha falta do seu lado. Peça minha companhia quando não desejar só meu corpo. Me ligue quando tiver algo pra dizer. Mas, por favor, me desligue quando não estiver mais afim de mim."Brena Braz
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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
A gente tem o que precisa
"Dizem que a gente tem o que precisa.
Não o que a gente quer. Tudo bem!
Eu não preciso de muito. Eu não quero muito.
Eu quero mais, mais paz, mais saúde,
Amarrados, Jogados no tapete da sala.
Nós que não atam nem desatam.
Eu quero pouco e quero mais, quero você, Quero eu,
Quero domingos de manhã, Quero cama desarrumada,
lençol, café e travesseiro, Quero seu beijo, Quero seu cheiro.
Quero aquele olhar que não cansa, o desejo que escorre
pela boca e o minuto no segundo seguinte:
Nada é muito quando é demais."
Caio Fernando Abreu
Não o que a gente quer. Tudo bem!
Eu não preciso de muito. Eu não quero muito.
Eu quero mais, mais paz, mais saúde,
mais harmonia, mais noites bem dormidas,
mais noites em claro, mais eu, mais você,
mais sorrisos, beijos e aquela rima grudada na boca.
Eu quero nós, mais nós, Grudados, Enrolados.Amarrados, Jogados no tapete da sala.
Nós que não atam nem desatam.
Eu quero pouco e quero mais, quero você, Quero eu,
Quero domingos de manhã, Quero cama desarrumada,
lençol, café e travesseiro, Quero seu beijo, Quero seu cheiro.
Quero aquele olhar que não cansa, o desejo que escorre
pela boca e o minuto no segundo seguinte:
Nada é muito quando é demais."
Caio Fernando Abreu
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E você, o quê?
"Me dei ,me dei ...mudei. E você, o quê?
Fiz tudo, te dei o meu mundo. E você o quê?
Joguei, lutei, arrisquei, amei!
Gostei, um amor maior: impossível. E você o quê?
Ultrapassei meu íntimo.
Fiz como pude e como não pude.
Do seu jeito fui levando, algumas vezes amor próprio me faltou, mas eu só queria seu amor.
Por inúmeras vezes te amava mais do que o tudo. E pergunto: E você ? O quê ?
Armei sua lona, fiz seu circo , pintei seu mundo.
Fiz de você meu primeiro.
Usei suas cores, anulei as minhas.
Aceitei suas verdades intactas, anulei as minhas.
E você amor ? O quê ? O quê você fez?
Despedacei meu ego, levantei nossa bandeira Me julguei egoísta, fui contra a seu favor.
Chorei, chorei, chorei até faltar vazio em mim.
Fui no fundo, no profundo do meu âmago.
Pra merecer teus carinhos, teus gemidos, tua língua,teu prazer, teu sorriso, tua atenção, teu apreço.
Pra me sentir mulher, me fiz criança. Fiz pirraça, cena, novela.
Decorei um texto pra nada dar errado.
Abri a mente, fiz preces, fantasiei um mundo.
Amei teu corpo, teu jeito, teu cheiro,tua sombra, abri meu peito acreditei na gente.
Desconfiei muito, mas confiei demais E você amor? O quê ?
Ouviu minha canção? Abriu o peito? Cortou seus cabelos? Trocou de canal?
Falou "aquela" frase? Fez planos pra mim?
Escolheu um filme pra nós dois? Foi minha companhia para todos os momentos? Foi a um show?
Usou "aquela" blusa? Amou-me de verdade? Pensou em mim? No que construímos? No que alcançamos? Tudo um dia tem fim. Tudo na vida tem volta.
Tranqüilo você pode ficar, riscos de amar sem ser amado, você não há de correr não.
Amor de verdade você não sabe diferenciar. Dizer que vou ser feliz agora? Quem sabe?
Dizer que você vai se dar bem? Tomara!
Aprendizados são pra vida toda, mas amor unilateral na vida da gente uma só vez é suficiente. "
Tati Bernardi
Fiz tudo, te dei o meu mundo. E você o quê?
Joguei, lutei, arrisquei, amei!
Gostei, um amor maior: impossível. E você o quê?
Ultrapassei meu íntimo.
Fechei meus olhos, os olhos da alma.
Decidi ignorar meus padrões.
Ocultei minhas raivas, algumas vezes não deu, disfarcei meus ciúmes, amaciei minhas mágoas.
Sua voz me tranqüilizara, teu sexo me domava. Fiz como pude e como não pude.
Do seu jeito fui levando, algumas vezes amor próprio me faltou, mas eu só queria seu amor.
Por inúmeras vezes te amava mais do que o tudo. E pergunto: E você ? O quê ?
Armei sua lona, fiz seu circo , pintei seu mundo.
Fiz de você meu primeiro.
Usei suas cores, anulei as minhas.
Aceitei suas verdades intactas, anulei as minhas.
E você amor ? O quê ? O quê você fez?
Despedacei meu ego, levantei nossa bandeira Me julguei egoísta, fui contra a seu favor.
Chorei, chorei, chorei até faltar vazio em mim.
Fui no fundo, no profundo do meu âmago.
Pra merecer teus carinhos, teus gemidos, tua língua,teu prazer, teu sorriso, tua atenção, teu apreço.
Pra me sentir mulher, me fiz criança. Fiz pirraça, cena, novela.
Decorei um texto pra nada dar errado.
Abri a mente, fiz preces, fantasiei um mundo.
Amei teu corpo, teu jeito, teu cheiro,tua sombra, abri meu peito acreditei na gente.
Desconfiei muito, mas confiei demais E você amor? O quê ?
Ouviu minha canção? Abriu o peito? Cortou seus cabelos? Trocou de canal?
Falou "aquela" frase? Fez planos pra mim?
Escolheu um filme pra nós dois? Foi minha companhia para todos os momentos? Foi a um show?
Usou "aquela" blusa? Amou-me de verdade? Pensou em mim? No que construímos? No que alcançamos? Tudo um dia tem fim. Tudo na vida tem volta.
Tranqüilo você pode ficar, riscos de amar sem ser amado, você não há de correr não.
Amor de verdade você não sabe diferenciar. Dizer que vou ser feliz agora? Quem sabe?
Dizer que você vai se dar bem? Tomara!
Aprendizados são pra vida toda, mas amor unilateral na vida da gente uma só vez é suficiente. "
Tati Bernardi
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Tati Bernardi
Feliz
"Sim, é verdade,
estou feliz
mas isso não significa
que não deva
ohar pros lados
e que precise
acordar todo dia à mesma hora
sim, a princípio nada me falta
mas não preciso viver em função disso
deixar de querer um pouco mais
e trocar os meus desejos
por outros que não lembro agora
sim, que me conste, eu estou bem
mas o espelho não é o mesmo todo dia
já não gosto tanto assim dos meus desenhos
e hoje não vou comprar morangos
e sim abacates, uvas e amoras
sim, pra que negar, estou alegre
mas não vou me conformar com calmantes
nem me embriagar de satisfação
não quero a morte lenta, exijo a renovação."
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Martha Medeiros,
vida
O melhor lugar do mundo
"O melhor lugar do mundo não é referenciado em latitudes e longitudes cartográficas. é uma cidade itinerante com largos portões feitos de felicidade. onde eles não conseguem entrar.
"No discurso amoroso, o melhor lugar do mundo é um lugar que mesmo em meio ao caos e a desordem, ao seu lado, é um lugar confortável para se estar.
O melhor lugar do mundo é a cama com lençóis recém-passados. é a casa com janelas de por-do-sol e vista para o mar. é um parque com sorvete de menta que refresca quando a cabeça não pensa. é acordar com esperança nas energias renovadas no dia um de janeiro. é abraço apertado em dias de coração apertado. é a mesa de bar cheia de amigos, etílicos e assuntos a desenvolver. é a música favorita que te faz pensar na pessoa favorita. (e qual é a sua música favorita?) é sonho bom. é xícara de chocolate quente para aquecer a mão e o peito em dias frios. é jardim florido de girassol. é a sociedade secreta de tereza. é chorar de alegria.
Mas de todos os lugares, o melhor lugar do mundo somos nós. eu escrevo, pinto e faço o mundo do jeito e das cores que quero que ele seja.
Na bússola, o meu norte, meu amor, sou eu, você e nossos lindos e sinceros planos."
Tiago Yonamine
"No discurso amoroso, o melhor lugar do mundo é um lugar que mesmo em meio ao caos e a desordem, ao seu lado, é um lugar confortável para se estar.
O melhor lugar do mundo é a cama com lençóis recém-passados. é a casa com janelas de por-do-sol e vista para o mar. é um parque com sorvete de menta que refresca quando a cabeça não pensa. é acordar com esperança nas energias renovadas no dia um de janeiro. é abraço apertado em dias de coração apertado. é a mesa de bar cheia de amigos, etílicos e assuntos a desenvolver. é a música favorita que te faz pensar na pessoa favorita. (e qual é a sua música favorita?) é sonho bom. é xícara de chocolate quente para aquecer a mão e o peito em dias frios. é jardim florido de girassol. é a sociedade secreta de tereza. é chorar de alegria.
Mas de todos os lugares, o melhor lugar do mundo somos nós. eu escrevo, pinto e faço o mundo do jeito e das cores que quero que ele seja.
Na bússola, o meu norte, meu amor, sou eu, você e nossos lindos e sinceros planos."
Tiago Yonamine
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terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Sem Problemas
"Não dá mais pra negar que eu to mesmo gostando de você. Gostando de você de forma absurda. É inconcebível eu gostar de alguém tão sem virtudes e princípios. Alguém que me vê como um delicioso prato de picanha com farofa. Eu não consigo acreditar, nem lembrar quando isso passou a acontecer dentro de mim. Mas aconteceu. Apesar da minha vergonha de admitir, eu estou muito apaixonada por você. Só que eu não tenho o que fazer. Por você eu fico aqui sentada assistindo ao teu desfile, aplaudindo cada sorriso amarelo. Mas eu não tenho o seu humor-negro, nem sua falta de respeito pelas pessoas.
Quando eu me sinto só, eu sinto falta de alguém. Alguém que meu corpo reclama que é você, meu olfato clama por você, meu calor pede pra te ter. Eu peço por você. Eu chego a querer te implorar um abraço, um beijo carinhoso, um meio minuto que seja de análise. Me analise, e no final enumere os motivos de não dar certo. Eu posso te apresentar uma página deles. Uma página de motivos pra provar que você não me merece, que eu não mereço tão pouco. E mesmo com todos os motivos do mundo, todas as provas incontestáveis e todas as merdas que você me fala todos os dias eu continuo na mesma situação. Eu não admito que gosto de você e, não admitindo, não me empenho pra esquecer.
Sem problemas, uma hora ou outra eu te esqueço mesmo. Se foi assim com todos os outros, não é com você que vai ser diferente."
Natália Carneiro
Eu queria sim, te fazer a pessoa mais feliz que o mundo já viu. Ver teu sorriso todas as horas do dia. Cuidar de você e te ajudar a cuidar de todo o resto que lhe diga respeito. Te ajudar a dar algum caminho digno à tua vida e até te aconselhar quando visse que você tava sem saída. Mas acho que você é bom demais pra precisar assim, de mim. Muito auto-suficiente.
Sem problemas, uma hora ou outra eu te esqueço mesmo. Se foi assim com todos os outros, não é com você que vai ser diferente."
Natália Carneiro
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Reflexo
"Eu tenho sono e já não posso mais dormir. Eu tenho ânsia, não consigo mais comer. Eu tenho medo e já não quero mais.
Meus pés perderam a função básica de equilibrar meu corpo na minha existência. Não diria que a culpa é física porque fui em quem sobrecarreguei minha mente e me tornei incapaz de responder sobriamente por um "tudo bem?". Isso pesa. É pesado saber que não está nada bem.
Eu percebo no espelho que meu sorriso não chega aos olhos. Eu posso enganar a todos, posso até me enganar. Mas é de noite que eu me revelo como sou: sozinha. "
Verônica H.
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Meu anjo está comendo
"Quando estou triste, enfrento um impasse: não sei mais por quem estou chorando. Perco a página, a música. Perco onde estava, o endereço da frase. Não localizo o que procurava. Tudo geminado. Igual. Como um bairro que já foi favela. Casas grudadas, com a mesma pintura e inclinação dos telhados.
A mão não acende mais suas unhas. A ausência de sentido faz com que o passado seja preguiçoso. Puxo o que é mais recente, o que aconteceu agora, como um gole de café e um texto. E nada me serve.
Não me interesso pelas roupas que uso, pela próxima refeição, pelos boletos bancários. Meu luxo é o silêncio. O desejo foi despejado. Não existe sequer o bocejo, a dormência vem desacompanhada.
Talvez não morra porque acredito que não serei lembrado. Queria ser lembrado o suficiente para vingar todas as vezes em que esqueci de mim. Não haverá alguém me preservando, insistindo, fazendo luto, batendo nos meus pulsos. O luto nunca vai durar mais do que uma morte. É um obituário, uma missa, um mal-estar, uma saudade, uma nostalgia e uma pedra.
Agarro-me na insuficiência respiratória como uma rédea. Até onde ela pode ir? Até onde posso soluçar? O desespero é uma cadeia exata de movimentos, uma máquina fabulosa de nervos saltando e contrações provocando as dobras. Não seria capaz de repetir numa aula de ginástica. Contorço os ombros para aumentar o desconforto.
Sofrer já é uma atividade física: o pulmão assobia. O mesmo chiado de praça. O barulho das correntes do balanço segue sem mim, sem ninguém balançando. Um momento; e o corpo não está mais lá, mas seu impulso.
Ao falar, não me escuto. Simplesmente porque não me reconheço. O timbre fica infantil quando choro. Nunca vi um adulto chorar como adulto.
Encontro uma esquisita felicidade na fraqueza. A desistência é parecida com a esperança. Posso levar uma como se fosse a outra e perceber a confusão tarde demais. E não há como reclamar e devolver uma desistência usada.
O instrutor do desespero repara que parei um pouco, tomei ar e pede que eu prossiga com os exercícios. Pode ser mais fraco, Fabrício, vai! Levante mais lembranças, grite a cada golpe, apague lentamente a vontade de viver. Os cílios ainda estão secos! Vai, Fabrício, pode sofrer mais! Somente isso que consegue? Cadê a renúncia? Cadê o sacrifício?
Hoje eu não me sinto feio, eu me sinto triste. Não dá para ser os dois ao mesmo tempo.
Nem me ofender tem mais graça. Quase estou rindo dentro do sofrimento. Dentro da mais absoluta dor, há uma risada. Pressinto. Há uma gargalhada sonora, límpida. Um riso que deve trazer câimbras. Difícil é chegar lá sem enlouquecer. Não conheço ninguém que voltou para contar a piada.
Há uma gargalhada no fundo, lembra um zumbido de abelhas, ou o chiado do balanço, ou o pulmão baqueando. Estou longe. Como chegar mais perto? Como?
Uma carta tem sempre um nome para começar, eu tenho apenas meu nome para terminá-la. "
Fabrício Carpinejar
A mão não acende mais suas unhas. A ausência de sentido faz com que o passado seja preguiçoso. Puxo o que é mais recente, o que aconteceu agora, como um gole de café e um texto. E nada me serve.
Não me interesso pelas roupas que uso, pela próxima refeição, pelos boletos bancários. Meu luxo é o silêncio. O desejo foi despejado. Não existe sequer o bocejo, a dormência vem desacompanhada.
Talvez não morra porque acredito que não serei lembrado. Queria ser lembrado o suficiente para vingar todas as vezes em que esqueci de mim. Não haverá alguém me preservando, insistindo, fazendo luto, batendo nos meus pulsos. O luto nunca vai durar mais do que uma morte. É um obituário, uma missa, um mal-estar, uma saudade, uma nostalgia e uma pedra.
Agarro-me na insuficiência respiratória como uma rédea. Até onde ela pode ir? Até onde posso soluçar? O desespero é uma cadeia exata de movimentos, uma máquina fabulosa de nervos saltando e contrações provocando as dobras. Não seria capaz de repetir numa aula de ginástica. Contorço os ombros para aumentar o desconforto.
Sofrer já é uma atividade física: o pulmão assobia. O mesmo chiado de praça. O barulho das correntes do balanço segue sem mim, sem ninguém balançando. Um momento; e o corpo não está mais lá, mas seu impulso.
Ao falar, não me escuto. Simplesmente porque não me reconheço. O timbre fica infantil quando choro. Nunca vi um adulto chorar como adulto.
Encontro uma esquisita felicidade na fraqueza. A desistência é parecida com a esperança. Posso levar uma como se fosse a outra e perceber a confusão tarde demais. E não há como reclamar e devolver uma desistência usada.
O instrutor do desespero repara que parei um pouco, tomei ar e pede que eu prossiga com os exercícios. Pode ser mais fraco, Fabrício, vai! Levante mais lembranças, grite a cada golpe, apague lentamente a vontade de viver. Os cílios ainda estão secos! Vai, Fabrício, pode sofrer mais! Somente isso que consegue? Cadê a renúncia? Cadê o sacrifício?
Hoje eu não me sinto feio, eu me sinto triste. Não dá para ser os dois ao mesmo tempo.
Nem me ofender tem mais graça. Quase estou rindo dentro do sofrimento. Dentro da mais absoluta dor, há uma risada. Pressinto. Há uma gargalhada sonora, límpida. Um riso que deve trazer câimbras. Difícil é chegar lá sem enlouquecer. Não conheço ninguém que voltou para contar a piada.
Há uma gargalhada no fundo, lembra um zumbido de abelhas, ou o chiado do balanço, ou o pulmão baqueando. Estou longe. Como chegar mais perto? Como?
Uma carta tem sempre um nome para começar, eu tenho apenas meu nome para terminá-la. "
Fabrício Carpinejar
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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Selo
Fiquei super feliz de ter receber esta homenagem do amigo blogueiro Carlos Bayma, do blog Koyaanisqatsi - "Vida Louca, Vida Fora do Equilíbrio" - http://koyaanisqatsi-cb.blogspot.com/
Funciona assim:
Eu devo indicar cinco amigos e nomeá-los numa postagem. Em seguida visito os seus blogs e comunico a nomeação. Cada um deverá nomear mais cinco, e assim sucessivamente.
Os meus indicados são:
http://wwwrespingosadelia.blogspot.com/
http://hannahmayria.blogspot.com/
http://h-katia.blogspot.com/
http://elainecrespo.blogspot.com/
http://morangoeestrelas.blogspot.com/
Entre a "dor" e o "nada", o que você prefere?
"Não quero defender as relações falidas e que só fazem mal, nem estou sugerindo que as pessoas insistam em sentimentos que não são correspondidos, em relacionamentos que não são recíprocos, mas quero reafirmar a minha crença sobre o quanto considero válida a coragem de recomeçar, ainda que seja a mesma relação; a coragem de continuar acreditando, sobretudo porque a dor faz parte do amor, da vida, de qualquer processo de crescimento e evolução.
Pelas queixas que tenho ouvido, pelas atitudes que tenho visto, pela quantidade de pessoas depressivas que perambulam ocas pelo mundo, parece que temos escolhido muito mais vezes o “nada” do que a “dor”.
Quando você se perguntar “do que adianta amar, tentar, entregar-se, dar o melhor de mim, se depois vem a dor da separação, do abandono, da ingratidão?”, pense nisso: então você prefere a segurança fria e vazia das relações rasas? Então você prefere a vida sem intensidade, os passos sem a busca, os dias sem um desejo de amor? Você prefere o nada, simplesmente para não doer?
Não quero dizer que a dor seja fácil, mas pelo amor de Deus, que me venha a dor impagável do aprendizado que é viver. Que me venha a dor inevitável à qual as tentativas nos remetem. Que me venha logo, sempre e intensa, a dor do amor...Prefiro o escuro da noite a nunca ter me extasiado com o brilho da Lua...
Prefiro o frio da chuva a nunca ter sentido o cheiro de terra molhada...
Prefiro o recolhimento cinza e solitário do inverno a nunca ter me sentido inebriada pela magia acolhedora do outono, encantada pela alegria colorida da primavera e seduzida pelo calor provocante do verão...
E nesta exata medida, prefiro a tristeza da partida a nunca ter me esparramado num abraço...
Prefiro o amargo sabor do “não” a nunca ter tido coragem de sair da dúvida...
Prefiro o eco ensurdecedor da saudade a nunca ter provado o impacto de um beijo forte e apaixonado... daqueles que recolocam todos os nossos hormônios no lugar!
Prefiro a angústia do erro a nunca ter arriscado...
Prefiro a decepção da ingratidão a nunca ter aberto meu coração...
Prefiro o medo de não ter meu amor correspondido a nunca ter amado ensandecidamente.
Prefiro a certeza desesperadora da morte a nunca ter tido a audácia de viver com toda a minha alma, com todo o meu coração, com tudo o que me for possível...
Enfim, prefiro a dor, mil vezes a dor, do que o nada...
Não há – de fato – algo mais terrível e verdadeiramente doloroso do que a negação de todas as possibilidades que antecedem o “nada”.
E já que a dor é o preço que se paga pela chance espetacular de existir, desejo que você ouse, que você pare de se defender o tempo todo e ame, dê o seu melhor, faça tudo o que estiver ao seu alcance, e quando achar que não dá mais, que não pode mais, respire fundo e comece tudo outra vez...
Porque você pode desistir de um caminho que não seja bom, mas nunca de caminhar...
Pode desistir de uma maneira equivocada de agir, mas nunca de ser você mesmo...
Pode desistir de um jeito falido de se relacionar, mas nunca de abrir seu coração...
Portanto, que venha o silêncio visceral que deixa cicatrizes em meu peito depois das desilusões e dos desencontros... Mas que eu nunca, jamais deixe de acreditar que daqui a pouco, depois de refeita e ainda mais predisposta a acertar, vou viver de novo, vou doer de novo e sobretudo, vou amar mais uma vez... e não somente uma pessoa, mas tudo o que for digno de ser amado!"
Rosana Braga
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domingo, 17 de janeiro de 2010
Eu não
"Eu não acordo com despertador. A meleca que tiro do nariz, eu não a coloco num guardanapo. Eu não arrumo a cama. Eu não levanto com um sorriso na cara, distribuindo bons-dias. Eu não escovo os dentes. Eu não bebo café no café-da-manhã. Eu não faço de conta que estou num comercial de margarina. Eu nem me sento para comer minha granola com aveia e linhaça. Eu não tomo banho pela manhã. Eu não saio para trabalhar, eu não tenho emprego. Eu não leio o jornal. Eu não arrumo a casa; eu nem desarrumo a casa. Eu não falo até duas ou três horas depois de acordar. Eu não tenho carro, eu não tenho casa própria. Eu não tenho compromissos. Eu não tenho o que fazer. Eu não sei o que farei à tarde, ou na semana que vem. Eu não tenho planos. Eu não tenho hora para almoçar. Eu não atendo telefone no meu horário de cochilo. Eu não penso que tragédias podem acontecer enquanto estou inacessível. Eu não dou satisfação, eu não atendo expectativas. Eu não sou normal. Eu não sou tradicional. Eu não sou convencional. Eu não sou como todo mundo. Eu não sou como todo mundo quer que eu seja. Eu não sou como uma única pessoa possa querer que eu seja. Eu não sou como eu mesmo quero ser. Eu não sou como eu mesmo. Eu não sou. Eu não digo tudo que eu tenho para dizer. Eu não canto as mulheres bonitas que vejo na rua. Eu não encaro, eu não desvio o olhar. Eu não gosto de pessoas. Eu não gosto de conversar. Eu não gosto de ouvir. Eu não gosto de ser interrompido. Eu não faço hora extra. Eu não gosto de coisas ao vivo. Eu não gosto de coisas a dois. Eu não presto atenção, eu não espero, eu não fico. Eu não dou beijinho nem abracinho. Eu não faço sala. Eu não preciso, eu não compro. Eu não pechincho, eu não dou desconto. Eu não mudo o cardápio, a decoração, a rotina. Eu não faço sexo todo dia, nem toda semana, nem mesmo todo mês. Eu não vejo telejornal, eu não assisto novela. Eu não acompanho política. Eu não tenho nada com isso ou com aquilo. Eu não sei, nem finjo que sei. Eu não entendo, eu não estudo. Eu não me aprofundo, eu não me esforço, eu não me aplico. Eu não telefono para a família nem para os amigos. Eu não desejo "boa noite" nem "durma com os anjos". Eu não. Eu nem. Eu tampouco. Eu de jeito nenhum. Eu nunca. Eu, hein?"
Eduardo Loureiro Jr
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Quanto vale um ex
"Há poucas semanas, a última página da revista Veja deu espao para o ponto de vista de uma leitora que estava com o atual marido preso, acusado de não pagar pensão para a primeira mulher. A televisão também andou mostrando imagens de um prisioneiro cumprindo pena pelo mesmo motivo. Assunto delicado, esse. Envolve dinheiro e cobrança, as mais diversas. Mas é uma discussão que, inevitavelmente, vai entrar na ordem do dia. As mulheres conquistaram uma série de direitos e talvez tenha chegado a hora de pagar por eles.
Nos últimos 30 anos, a independência da mulher deixou de ser uma hipótese para ser um fato, e tudo o que aprendemos sobre relacionamento homens e mulheres, até segunda ordem, está cancelado. Estamos reaprendendo a conviver segundo as novas regras do jogo. Mudou tudo: sexo, amor, casamento, separação, fidelidade, educação dos filhos, orçamento doméstico, hierarquia familiar. Para quem está ficando adulto agora, as regras são claras: não se fazem mais moças como antigamente. Hoje toda adolescente estuda ou trabalha, investindo no seu próprio pé-de-meia e contando consigo mesmo para seus projetos futuros. Em resumo: está descolando um emprego antes de descolar um marido.
Mas faz pouco tempo que o mundo é assum. Quem está comemorando bodas de prata ainda pegou uma época em que, se a mulher trabalhava, era moderna, e se não trabalhava, era normal. Tudo bem ficar em casa cuidando da educação das crianças e da administração da casa. Era, e ainda é, uma atividade essencial e valiosa, mas não é profissão.
Ninguém é remunerado por buscar os filhos no colégio ou fazer o almoço. Ninguém declara imposto de renda por cerzir meias ou arrumar armários. As mulheres topavam a dependência total, do pai para o marido. E os maridos topavam a adoção, sem contestar. Não conheço nenhum caso de um homem, 30 anos atrás, chegar para mulher e dizer: 'Amor, deixa essa musse de limão para lá e vai procurar um emprego. E não se preocupe: eu lavo a roupa pra você'. Nada disso. Estava bom para ambas as partes, e hoje, separadinhos da silva, pagam caro por ter nascido na pré-história. Eles perdem 1/3 do salário, elas ganham 1/3 de humilhação. Uma pena, mas lei é lei.
Encerradas as cenas de um casamento medieval, entramos na er do casamento liberal. Oba! Todos saem cedo, ele para um lado, ela para o outro, filhos na creche desde os 4 meses, casa um preservando sua individualidade, seu emprego e sua graninha. Bem diferente da vovó e do vovô. Mas as separações continuam a todo vapor e o legislativo vai ter que decidir: nossas filhs também serão sustentadas pelo ex?
Pouco provável. Já se conheceram independentes, pois despeçam-se com um aperto de mão civilizado e desapareçam da vida um do outro, resolvendo juntos apenas as questões relacionadas com os filhos. Pensão alimentícia, só para as crianças. Se ela tem uma formação profissional e tem saúde, é hipocrisia querer herdar o paternalismo que tanto se lutou para romper. É dureza? É, amiga, mas querer só o bem-bom não é justo com os cavalheiros. Ser dona do próprio nariz não sai barato.
Esta questão tende a ser enfrentada com menos pancadaria nos próximos anos, mas por enquanto ainda tem casal saindo no braço. Só agora estamos começando a aceitar a idéia de que um casamento, para dar certo, não precisa durar até que a morte os separe. Dez, 15 anos de felicidade conjugal podem ser bem satisfatórios, e se não der mais para ficar junto, paciência, até mais.
Nada romântico, mas bem realista. Reconhecendo a possibilidade de uma separação futura, ainda que não esteja nos planos de nenhum dos dois, é possível estruturar-se financeiramente para não ter que um dia lavar roupa suja num tribunal. É triste admitir que o amor não dura para sempre, mas tornou-se imperativo aceitr que o dinheiro dele também não."
Martha Medeiros, Junho de 1995
Nos últimos 30 anos, a independência da mulher deixou de ser uma hipótese para ser um fato, e tudo o que aprendemos sobre relacionamento homens e mulheres, até segunda ordem, está cancelado. Estamos reaprendendo a conviver segundo as novas regras do jogo. Mudou tudo: sexo, amor, casamento, separação, fidelidade, educação dos filhos, orçamento doméstico, hierarquia familiar. Para quem está ficando adulto agora, as regras são claras: não se fazem mais moças como antigamente. Hoje toda adolescente estuda ou trabalha, investindo no seu próprio pé-de-meia e contando consigo mesmo para seus projetos futuros. Em resumo: está descolando um emprego antes de descolar um marido.
Mas faz pouco tempo que o mundo é assum. Quem está comemorando bodas de prata ainda pegou uma época em que, se a mulher trabalhava, era moderna, e se não trabalhava, era normal. Tudo bem ficar em casa cuidando da educação das crianças e da administração da casa. Era, e ainda é, uma atividade essencial e valiosa, mas não é profissão.
Ninguém é remunerado por buscar os filhos no colégio ou fazer o almoço. Ninguém declara imposto de renda por cerzir meias ou arrumar armários. As mulheres topavam a dependência total, do pai para o marido. E os maridos topavam a adoção, sem contestar. Não conheço nenhum caso de um homem, 30 anos atrás, chegar para mulher e dizer: 'Amor, deixa essa musse de limão para lá e vai procurar um emprego. E não se preocupe: eu lavo a roupa pra você'. Nada disso. Estava bom para ambas as partes, e hoje, separadinhos da silva, pagam caro por ter nascido na pré-história. Eles perdem 1/3 do salário, elas ganham 1/3 de humilhação. Uma pena, mas lei é lei.
Encerradas as cenas de um casamento medieval, entramos na er do casamento liberal. Oba! Todos saem cedo, ele para um lado, ela para o outro, filhos na creche desde os 4 meses, casa um preservando sua individualidade, seu emprego e sua graninha. Bem diferente da vovó e do vovô. Mas as separações continuam a todo vapor e o legislativo vai ter que decidir: nossas filhs também serão sustentadas pelo ex?
Pouco provável. Já se conheceram independentes, pois despeçam-se com um aperto de mão civilizado e desapareçam da vida um do outro, resolvendo juntos apenas as questões relacionadas com os filhos. Pensão alimentícia, só para as crianças. Se ela tem uma formação profissional e tem saúde, é hipocrisia querer herdar o paternalismo que tanto se lutou para romper. É dureza? É, amiga, mas querer só o bem-bom não é justo com os cavalheiros. Ser dona do próprio nariz não sai barato.
Esta questão tende a ser enfrentada com menos pancadaria nos próximos anos, mas por enquanto ainda tem casal saindo no braço. Só agora estamos começando a aceitar a idéia de que um casamento, para dar certo, não precisa durar até que a morte os separe. Dez, 15 anos de felicidade conjugal podem ser bem satisfatórios, e se não der mais para ficar junto, paciência, até mais.
Nada romântico, mas bem realista. Reconhecendo a possibilidade de uma separação futura, ainda que não esteja nos planos de nenhum dos dois, é possível estruturar-se financeiramente para não ter que um dia lavar roupa suja num tribunal. É triste admitir que o amor não dura para sempre, mas tornou-se imperativo aceitr que o dinheiro dele também não."
Martha Medeiros, Junho de 1995
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Movida pela Paixão
"Eu não tenho mais idade pra me apaixonar. Não mesmo. Não sou mais uma adolescente e meus dezoito anos já viraram história. Mas, sentir aquele frio na barriga é muito bom. Já contei aqui mil vezes. Não gosto de nada morno. Se não tiver paixão, se não tiver emoção, se não me arrancar do chão, não serve.
Você já esteve com alguém pensando em outra pessoa? Eu já. Você já namorou uma pessoa enquanto amava outra? Eu já. O pior erro. Mas eu não imaginava o que estava perdendo. O tanto que é bom você estar com a pessoa certa. Com aquele cara que você olha pra ele e pensa: “é exatamente com você que eu queria estar agora, nesse instante”. E o Brad Pitt poderia aparecer pelado na sua frente. E quem mais fosse. E você não trocaria aquele momento por nenhum outro. Por nenhuma outra sensação de mundo. Por ninguém mais no mundo. Nem outro lugar. Nada.
Não sei muita coisa do que quero pra minha vida. E nem tenho essa pretensão. Mas sei isto: quero tudo intenso. Tudo agora. Tudo pra já. Minha vida já está acontecendo e eu não tenho mais tempo a perder com sorrisos amarelos. Com abraços frouxos. Com bocas aleatórias. Com noites sem dias seguintes. Com pessoas que não se dão. Quero viver tudo intensamente. Até a última gota. Correr o risco. Me atirar. E sentir o coração bater forte. Sair pela boca. Me engolir. Ter aquela sensação de não estar cabendo no próprio corpo (mais alguém aqui já sentiu isso?). Quero ser arrebatada. Não conseguir dormir à noite. Acordar com olheiras e estar linda mesmo assim. Quero rir de mim mesma. Rir sozinha no meio da rua. Sair descabelada. Quero andar cantando. E fazer poesia em dia de chuva. Quero cair da escada com as pernas pra cima. Quero um dia. Uma hora. Um minuto. Desde que seja de verdade. E a verdade é que eu quero me apaixonar. "
Brena Braz
Tem coisa melhor do que aquele telefonema no meio da tarde? Aquela ligação que te deixa com um sorriso apaixonado grudado na cara o resto do dia. Tem coisa melhor do que estar com alguém que te faz rir o tempo todo? Aquela pessoa que tem “aquela coisa que você não sabe explicar” que faz você não querer sair de perto dela nunca mais.
Sabe o que eu não consigo entender? Gente morna. Namoro de longa data em que as pessoas “se acostumam” com a outra. Como pode isso? Como pode alguém estar cansado sexta-feira à noite e querer dormir? Como pode alguém empurrar a própria vida com a barriga? Não vou atirar a primeira pedra. Já cometi essa insanidade. Mas hoje, e cada dia, sou uma nova pessoa. Penso. Logo, mudo de idéia. De gosto. De roupa. De estilo. De vida.Você já esteve com alguém pensando em outra pessoa? Eu já. Você já namorou uma pessoa enquanto amava outra? Eu já. O pior erro. Mas eu não imaginava o que estava perdendo. O tanto que é bom você estar com a pessoa certa. Com aquele cara que você olha pra ele e pensa: “é exatamente com você que eu queria estar agora, nesse instante”. E o Brad Pitt poderia aparecer pelado na sua frente. E quem mais fosse. E você não trocaria aquele momento por nenhum outro. Por nenhuma outra sensação de mundo. Por ninguém mais no mundo. Nem outro lugar. Nada.
Não sei muita coisa do que quero pra minha vida. E nem tenho essa pretensão. Mas sei isto: quero tudo intenso. Tudo agora. Tudo pra já. Minha vida já está acontecendo e eu não tenho mais tempo a perder com sorrisos amarelos. Com abraços frouxos. Com bocas aleatórias. Com noites sem dias seguintes. Com pessoas que não se dão. Quero viver tudo intensamente. Até a última gota. Correr o risco. Me atirar. E sentir o coração bater forte. Sair pela boca. Me engolir. Ter aquela sensação de não estar cabendo no próprio corpo (mais alguém aqui já sentiu isso?). Quero ser arrebatada. Não conseguir dormir à noite. Acordar com olheiras e estar linda mesmo assim. Quero rir de mim mesma. Rir sozinha no meio da rua. Sair descabelada. Quero andar cantando. E fazer poesia em dia de chuva. Quero cair da escada com as pernas pra cima. Quero um dia. Uma hora. Um minuto. Desde que seja de verdade. E a verdade é que eu quero me apaixonar. "
Brena Braz
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Quero Voltar Homem
"Na próxima encarnação (se é que isso existe mesmo), eu quero voltar homem. Tenho pedido isso todos os dias nas minhas orações, porque acredito que, se eu fosse homem, minha vida seria muito mais fácil.
Eu quero voltar homem pra achar que futebol é a coisa mais importante do mundo. Pra conseguir odiar o Eurico Miranda num dia e amá-lo no outro. Pra saber de cor e salteado a escalação de todos os times de todos os campeonatos (suma importância!). Para que minha maior referência histórica seja a escalação completa da seleção nas copas de 1970, 1974, 1978... e quiçá 2006.
Pra achar que eu posso pegar tanto mais mulheres quanto mais caro for meu carro. Tanto mais mulheres quanto mais gorda for minha conta bancária. Tanto mais mulheres quanto mais eu mentir para seduzi-las. Para achar que a cerveja é minha melhor companhia. E que estar embriagado é o melhor que eu posso fazer por mim antes de “pegar” uma mulher. Pra achar que eu preciso me fazer de bom moço pra levar uma mulher pra cama (enquanto tem tanta mulher fácil por aí, né?!). Pra conseguir classificar as mulheres em “fácil” e “difícil” me baseando em um único critério (precisa explicar qual é???).
Vou querer ser homem para que minha maior preocupação com o futuro se resuma a “quem vai ser a próxima capa da Playboy?”. Pra não fazer a mínima idéia do que se passa na cabeça de uma mulher, mas conhecer até o útero da Sheila Carvalho. Pra nunca ter tempo pra ler sites com conteúdo, mas visitar 50 sites pornográficos por dia. Para pensar que os e-mails mais interessantes são aqueles de mulheres em poses ginecológicas. Pra pensar que mulher é um objeto. Um decote. Um rabo de saia. Uma bunda de 102cm de diâmetro. Um par de peitos de 250ml cada um.
Vou ser homem pra achar que não preciso ter vaidade nenhuma e que ninguém se importará se minha barriga mais parecer uma nhá-benta. Ou pra passar as tardes na academia, tomar bomba e ficar medindo meu bíceps com do meu amigo no espelho. Pra achar que um braço de 40cm é mais importante do que um QI de 130. Pra ler tudo sobre hemogenin, deca-durabolin, winstrol e durateston, mas nunca ter lido Nietzsche.
Definitivamente, preciso ser homem na próxima encarnação. Mas, enquanto esse dia não chega, continuo aqui. Mulher. Complicada. Loira. Nada burra. E apaixonada por esses homens.
P.S.: Homens da minha vida, não fiquem bravos comigo. Mas é que, realmente, não ando muito bem com vocês! "
Brena Braz
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Eu aprendi a esquecer
"Aprendi que também é possível aprender a esquecer.
Natália Carneiro
Esquecer sem dor ou maiores conseqüência quem também se esquece da gente. Esquecer quem não liga, não manda uma mensagem, não dá bom dia ou pergunta se vai tudo bem. Esquecer quem te procura apenas quando precisa e não reconhece teu esforço em ficar feliz pelo outro. Aprendi a esquecer, não sem um pouco de tristeza, aqueles que não se preocupam com quem está ao redor, aqueles que só se preocupam com os próprios músculos e pêlos. Aprendi que esquecer é a coisa mais fácil porque eu não lembro.
É verdade que já escrevi várias coisas, já me inspirei... Artistas sempre tem uma musa (ou muso) inspirador. E acredito que por um bom tempo ainda vou ter o meu. Mas a coisa não é tão bonita assim quanto eu pinto. Eu nunca chorei por isso. Não por falta de motivos, mas sim por falta de vontade. Aliás, chorei uma vez. Não de tristeza, de ódio!
Me deu vontade, várias vezes, de sacudi-lo. Mas a gente não pode transformar um rato em gato.
Mas enfim, eu aprendi. Aprendi a deixar as coisas passarem quando elas não valem à pena. Às vezes as pessoas não percebem quando nos perdem e nem dão falta disso. Depois é tarde demais. Não que você vá fazer falta, só que você não faz mais falta. E pior que não sentir alguma coisa é não sentir coisa alguma."Natália Carneiro
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Aprendendo a Viver
"Eu vinha procurando alguma imagem que pudesse me inspirar pra escrever algo que fizesse de mim alguém melhor. E fizesse quem lesse parar um pouco e pensar. Não mais no amor perdido, no amor adquirido, no amor roubado, no amor conquistado. Eu queria escrever sobre algo de forma mais ampla. Eu cansei de restringir o amor. Eu queria falar sobre a vida, sobre o doce, sobre o calor. O calor dos olhos, dos braços, do sol, dos gestos. O calor da vida.
Aprendi, depois de muito quebrar a cara, a parar de planejar, milimetricamente, como as coisas devem ser. Não quero aqui, dizer que eu não planejo de forma alguma. Muito menos que não passo horas pensando no como, quando e tudo mais. Eu só aprendi a parar de perder tempo planejando os mínimos detalhes da vida. Na hora de viver, o plano nunca sai como você imaginou. Algum detalhe, e justamente aquele que você dedicou maior tempo, vai sair de outra forma. Às vezes sai até melhor. Mas igual, não sai.
Aprendi a perder menos tempo me lamentando pelo que fiz, pelo que não fiz ou pelo que ainda vou fazer. Todo mundo faz alguma besteira de vez em quando e pode até se arrepender depois. Eu só não deixo mais que isso me impeça de viver e fazer outra besteira maior em seguida. Porque, mesmo que agora eu pense ter sido besteira, eu fiz porque eu queria. E se eu queria, é porque na hora que eu queria não devia ser tão besteira assim.
Eu comecei a aprender a encarar as coisas da forma que elas devem ser encaradas. Sem dar tanta importância ao que eu sei que não tem tanta importância. Sem passar horas me preocupando com o que não vai me ocupar depois. Pode ter certeza que algumas coisas não merecem tanto assim a sua atenção. Você tem apenas que deixar passar. Uma hora ou outra ela vai passar. E quando você pára de se importar, você percebe que aquilo nem te incomodava tanto assim. Na maioria das vezes o que incomoda é o fato de incomodar. E se você deixa de se incomodar. Acabou o problema.
Nós criamos nossos problemas. A maioria deles.
A gente esquece de aproveitar o sabor que a vida tem. Aquele sabor de chocolate e baunilha, aquele sabor refrescante. A gente pára de se lambuzar porque cresceu. E pára de prestar atenção nos sabores que as coisas têm. E a gente fica olhando quem não pára com essas coisas na vida e dizendo que ‘fulano é louco’.
Louco é quem pára. Pára de viver, pára de sonhar, pára pra viver.
Por isso, por mais louco que eu possa parecer, eu não paro! Eu tenho meu sorvete e meus olhos incrédulos. Aqueles olhos que acreditam em tudo. Não porque tudo é possível, mas sim porque não sei o que é impossível. Então enquanto vivo, eu observo o que sou capaz de fazer, o que os outros são capazes de fazer. Sem esquecer, apesar dos problemas que continuo criando e dos conceitos que continuam me preocupando, de viver. Viver de forma simples e gostosa, aprender a viver dessa forma. "
Natália Carneiro
Aprendi, depois de muito quebrar a cara, a parar de planejar, milimetricamente, como as coisas devem ser. Não quero aqui, dizer que eu não planejo de forma alguma. Muito menos que não passo horas pensando no como, quando e tudo mais. Eu só aprendi a parar de perder tempo planejando os mínimos detalhes da vida. Na hora de viver, o plano nunca sai como você imaginou. Algum detalhe, e justamente aquele que você dedicou maior tempo, vai sair de outra forma. Às vezes sai até melhor. Mas igual, não sai.
Aprendi a perder menos tempo me lamentando pelo que fiz, pelo que não fiz ou pelo que ainda vou fazer. Todo mundo faz alguma besteira de vez em quando e pode até se arrepender depois. Eu só não deixo mais que isso me impeça de viver e fazer outra besteira maior em seguida. Porque, mesmo que agora eu pense ter sido besteira, eu fiz porque eu queria. E se eu queria, é porque na hora que eu queria não devia ser tão besteira assim.
Eu comecei a aprender a encarar as coisas da forma que elas devem ser encaradas. Sem dar tanta importância ao que eu sei que não tem tanta importância. Sem passar horas me preocupando com o que não vai me ocupar depois. Pode ter certeza que algumas coisas não merecem tanto assim a sua atenção. Você tem apenas que deixar passar. Uma hora ou outra ela vai passar. E quando você pára de se importar, você percebe que aquilo nem te incomodava tanto assim. Na maioria das vezes o que incomoda é o fato de incomodar. E se você deixa de se incomodar. Acabou o problema.
Nós criamos nossos problemas. A maioria deles.
A gente esquece de aproveitar o sabor que a vida tem. Aquele sabor de chocolate e baunilha, aquele sabor refrescante. A gente pára de se lambuzar porque cresceu. E pára de prestar atenção nos sabores que as coisas têm. E a gente fica olhando quem não pára com essas coisas na vida e dizendo que ‘fulano é louco’.
Louco é quem pára. Pára de viver, pára de sonhar, pára pra viver.
Por isso, por mais louco que eu possa parecer, eu não paro! Eu tenho meu sorvete e meus olhos incrédulos. Aqueles olhos que acreditam em tudo. Não porque tudo é possível, mas sim porque não sei o que é impossível. Então enquanto vivo, eu observo o que sou capaz de fazer, o que os outros são capazes de fazer. Sem esquecer, apesar dos problemas que continuo criando e dos conceitos que continuam me preocupando, de viver. Viver de forma simples e gostosa, aprender a viver dessa forma. "
Natália Carneiro
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Platéia
"Talvez eu nunca entenda o real sentido das borboletas no estômago, da boca seca e joelhos frágeis. Ou talvez nunca seja a palavra mais ridícula do dicionário; e eu sei do poder que as palavras exercem sobre mim.
Sinto falta e medo. Talvez nunca ame, talvez seja nova demais pra dizer isso. Quero o frio na barriga, a emoção de primeiros encontros. Quero escrever mais que palavras de desculpas, textos sobres finais sem final; quero mais que arrumar coragem pra terminar. Quero coragem pra começar. "
Verônica H
A verdade é que sempre me esquivei de qualquer pequena possibilidade. Sempre tive medo de gostar e ser deixada. Porque veja bem, de primeiras impressões o mundo está cheio. E logo meu primeiro coraçãozinho na agenda, ficou partido quando menos se esperava. Eu tive todos os motivos pra acreditar num sentimento que logo se foi; e foi sem me levar.
Cansei de ouvir que eu não me deixo levar, que eu não me abro e não dou espaço. Disso eu sei. Eu só queria ter aprendido no colégio como mudar os defeitos que vêm na fabricação. Minha frieza de visão só me faz ver defeitos e faltas. Eu não sinto. Eu não me abalo. Eu sei o que vai acontecer e não me surpreendo. Eu acho graça do esforço e da boa vontade, mas isso é muito triste pra mim. É como se eu me assistisse de fora o tempo todo, tendo consciência de cada passo, cada sorriso, cada palavra. É como se eu fosse plateia da minha própria solidão. Se ao menos eu pudesse ter a certeza de que isso um dia vai mudar...Sinto falta e medo. Talvez nunca ame, talvez seja nova demais pra dizer isso. Quero o frio na barriga, a emoção de primeiros encontros. Quero escrever mais que palavras de desculpas, textos sobres finais sem final; quero mais que arrumar coragem pra terminar. Quero coragem pra começar. "
Verônica H
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Melhor Assim
"É engraçado ouvir "Eu preciso dizer que te amo" e não sentir nada. Eu sei, faz quase dois anos, mas a música ainda mexia comigo.
Foi antes da novela que eu não assisti passar pela cabeça do autor. Foi só por causa do sotaque bonitinho do Cazuza e da voz suave da Bebel Gilberto. Eu ainda lembro do dia que eu te apresentei essa musica como quem não quer nada (querendo que você me quisesse) e mal conseguia olhar pra você até que os acordes terminassem.
Isso é tão passado. Tão colegial. Tão vazio, tão nada...
Você não sabe como é bom me ver livre de você. Não me leve a mal, você até que é uma pessoa bacana, mas gostar de você foi a grande perda de tempo da minha vida.
A parte legal disso tudo é me arrumar pra te ver, mas por pura diversão, sem o sofrimento das expectativas imbecis que eu inevitavelmente criava. É sentar na calçada em frente da minha casa de chinelo e bermudão só pra pensar; e pensar 'foda-se', porque ninguém mais pensa por mim.
Melhor assim, em forma de texto do que em pensamento proibido. Melhor no passado gracinha do que me atormentando por mais tempo. E hoje eu definitivamente sei, eu não sinto nada - porque [finalmente] não há mais nada. "
Verônica H
Foi antes da novela que eu não assisti passar pela cabeça do autor. Foi só por causa do sotaque bonitinho do Cazuza e da voz suave da Bebel Gilberto. Eu ainda lembro do dia que eu te apresentei essa musica como quem não quer nada (querendo que você me quisesse) e mal conseguia olhar pra você até que os acordes terminassem.
Isso é tão passado. Tão colegial. Tão vazio, tão nada...
Você não sabe como é bom me ver livre de você. Não me leve a mal, você até que é uma pessoa bacana, mas gostar de você foi a grande perda de tempo da minha vida.
A parte legal disso tudo é me arrumar pra te ver, mas por pura diversão, sem o sofrimento das expectativas imbecis que eu inevitavelmente criava. É sentar na calçada em frente da minha casa de chinelo e bermudão só pra pensar; e pensar 'foda-se', porque ninguém mais pensa por mim.
Melhor assim, em forma de texto do que em pensamento proibido. Melhor no passado gracinha do que me atormentando por mais tempo. E hoje eu definitivamente sei, eu não sinto nada - porque [finalmente] não há mais nada. "
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quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
Que presente te dar
"Que presente te darei, eu que tanto quero epouco dou, porque mesquinho, egoísta, distraído não te cumulo daquilo que deveria cumular?
Deveria desatar inúmeros presentes ao pé da árvore,entreabrindo jóias, tecidos, requintados e pessoais objetos, ou deveria dar-te o que não posso buscar lá fora, mas o que em mim está fechado e mal sei desembrulhar?
Fugir uma tarde contigo para os motéis, quando todos os homens se perdem nos papéis e escritórios, números e tensões: fugir contigo para uma tarde assim,um espaço de amor entreaberto na peça que nos prega a burocracia dos gestos.
Gravar numa fita as canções que me fazem lembrar de ti e ouví-las, ou tocar de algum modo, em algum cassete as frases que disseste, que em mim gravaste: frases líricas, precisas, que quando estou cinza, relembro e me iluminam.
Te enviar todos os cartões que colecionas, de todos os lugares que conheço ou que tu nem imaginas, ir a essas paisagens e ilhas e habitá-las com os selos e palavras de interminente paixão.
Dar-te aquela casa de campo entre montanhas, aquele amor entre a neblina, aquele espaço fora do mundo, fora de outros espaços, sem telefone, sem estranhas ligações, para ali nos ligarmos um no outro em una e dupla solidão.
Se queres jóias, te darei. Aqueles corais que vendem na Ponte Vecchia, em Florença; o âmbar ou as pérolas que expõem nas lojas do Havaí; aquelas pedras de vidro para iridescentes colares, que vendem em Atenas, ao pé da Plaka, ao pé da Acrópole, que amorosa nos contempla.
Te dar numa viagem os castelos do Loire, e sair comendo e rindo juntos no roteiro gastronômico franco-italiano; ali comendo e aqueles vinhos bebendo, de tudo nos esquecendo, sobretudo dos remorsos tropicais de quem tem sempre ao lado um faminto desamparado, de culpa nos ferindo.
Te darei flores. Sempre planejei fazer isto. Tão simples: de manhã acordar displicente e começar a colher flores sob a cama. Ir tirando buquês de rosas, margaridas, vasos de íris, orquídeas que estão desabrochando e, uma a uma, de flores ir te cumulando. E amanhecendo dirás: o amado hoje está mel puro, seu amor aflorou e está me perfumando.
Escrever bilhetes pela casa inteira, metê-los entre as roupas, armários, prateleiras, pra que na minha ausência comeces a desdobrar recados daquele que nunca se ausentou, embora esse ar de quem vive partindo, mas, se alguma vez partiu partido foi para reunido regressar.
Te dar um gesto simples. Passar a mão de repente sobre tua mão, como se apalpa a vida ou fruto que pede para ser colhido.
Te dar um olhar, não aquele olhar distraído, alienado de quem está nas coisas prosaícas perdido, mas um olhar de quem chegou inteiro e que se entrega enternecido e desamparado dizendo: olha, sou teu, agora veja lá o que vai fazer comigo."
Affonso Romano de Sant'Anna
Deveria desatar inúmeros presentes ao pé da árvore,entreabrindo jóias, tecidos, requintados e pessoais objetos, ou deveria dar-te o que não posso buscar lá fora, mas o que em mim está fechado e mal sei desembrulhar?
Gostaria de dar-te coisas naturais, feitas com a mão, como fazem os camponeses, os artesãos, como faz a mulher que ama e prepara o Natal com seus dedos e receitas, adornos e atenção.
Te dar, talvez, um pedaço de praia primitiva, como aquelas do Nordeste, ou de antigamente - Búzios e Cabo Frio; um pedaço de mar das Ilhas do Caribe, onde a água e o amor são transparentes e onde a areia é fina e brilhante e, sozinhos, habitam a eternidade, os amantes.
Te dar aquele verso de canção um dia ouvida não sei mais aonde, se numa tarde de chuva, se entre os lençóis cansados; um verso, uma canção ou talvez o puro som de um saxofone ao fim do dia, som que tem qualquer coisa de promessa e melancolia.Fugir uma tarde contigo para os motéis, quando todos os homens se perdem nos papéis e escritórios, números e tensões: fugir contigo para uma tarde assim,um espaço de amor entreaberto na peça que nos prega a burocracia dos gestos.
Gravar numa fita as canções que me fazem lembrar de ti e ouví-las, ou tocar de algum modo, em algum cassete as frases que disseste, que em mim gravaste: frases líricas, precisas, que quando estou cinza, relembro e me iluminam.
Te enviar todos os cartões que colecionas, de todos os lugares que conheço ou que tu nem imaginas, ir a essas paisagens e ilhas e habitá-las com os selos e palavras de interminente paixão.
Dar-te aquela casa de campo entre montanhas, aquele amor entre a neblina, aquele espaço fora do mundo, fora de outros espaços, sem telefone, sem estranhas ligações, para ali nos ligarmos um no outro em una e dupla solidão.
Se queres jóias, te darei. Aqueles corais que vendem na Ponte Vecchia, em Florença; o âmbar ou as pérolas que expõem nas lojas do Havaí; aquelas pedras de vidro para iridescentes colares, que vendem em Atenas, ao pé da Plaka, ao pé da Acrópole, que amorosa nos contempla.
Te dar numa viagem os castelos do Loire, e sair comendo e rindo juntos no roteiro gastronômico franco-italiano; ali comendo e aqueles vinhos bebendo, de tudo nos esquecendo, sobretudo dos remorsos tropicais de quem tem sempre ao lado um faminto desamparado, de culpa nos ferindo.
Te darei flores. Sempre planejei fazer isto. Tão simples: de manhã acordar displicente e começar a colher flores sob a cama. Ir tirando buquês de rosas, margaridas, vasos de íris, orquídeas que estão desabrochando e, uma a uma, de flores ir te cumulando. E amanhecendo dirás: o amado hoje está mel puro, seu amor aflorou e está me perfumando.
Escrever bilhetes pela casa inteira, metê-los entre as roupas, armários, prateleiras, pra que na minha ausência comeces a desdobrar recados daquele que nunca se ausentou, embora esse ar de quem vive partindo, mas, se alguma vez partiu partido foi para reunido regressar.
Te dar um gesto simples. Passar a mão de repente sobre tua mão, como se apalpa a vida ou fruto que pede para ser colhido.
Te dar um olhar, não aquele olhar distraído, alienado de quem está nas coisas prosaícas perdido, mas um olhar de quem chegou inteiro e que se entrega enternecido e desamparado dizendo: olha, sou teu, agora veja lá o que vai fazer comigo."
Affonso Romano de Sant'Anna
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