"A gente se pega nas horas do dia em que não há merda nenhuma pra fazer, mas eu sempre te sonho pra ocupar a hora dos meus compromissos mais chatos; a gente se tem escondido, mas nas freqüentes horas de descontrole do meu ego eu quero gritar e desfilar você bem alto, pra todo mundo ver.
Eu quero sentir que eu faço diferença pra você, e depois virar as costas e sair andando porque aí eu vou estar cultivando a imagem de despretensiosa e desligada que eu demorei tanto pra fazer você acreditar; que demorou tanto pra que, eu mesma, acreditasse. Eu forço meu coração sem emoções pra emocionar você; eu faço cara de dor e tento ver se você sofre, pra ver se vale à pena. Mas não vale, porque eu mesma não valho às vezes.
Eu te quero só pra mim, mas Deus sabe que há muitos dias em que eu não quero ser só sua. Deus também sabe que eu sou atéa o suficiente pra não merecer essa sua barriga que é tão sensível às minhas unhas de carinhos repetidos. Eu quero prestar atenção em cada detalhe da sua presença pra que eu possa sofrer depois, eu quero criar uma história que não existe e contar pra todo mundo com um toque de conto de fadas, eu quero fingir que não me predispuz a ser somente sua amiga e agora estou na dúvida.
Eu não queria sofrer por antecipação e, menos ainda, me sentir emocionalmente burra e tão vulnerável aos meus próprios caprichos bobos. Queria que ela não tivesse cabelo liso e que não tivesse conseguido implantar em você a sementinha do amorzinho perfeito, que não existe, mas que a gente cisma em acreditar (ainda mais quando há um continente e muitas expectativas de distância entre as pessoas). Queria que fosse mais fácil não pensar nos "talvez" e continuar vivendo o momento com o gozo à flor da pele e as emoções maquiadas pra caralho, como foi até agora.
Ah, e à propósito não, eu não estou, ainda, apaixonada por você."
Rani Ghazzaoui
segunda-feira, 22 de março de 2010
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