“Eu te amei muito.
Nunca disse, como você também não disse, mas
acho que você soube.
Pena que as grandes e as cucas confusas não saibam amar.
Pena também que a gente se envergonhe de dizer,
a gente não devia ter vergonha
do que é bonito.
Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo,
e que então tudo vai ser mais claro,
que não vai mais haver medo nem coisas falsas.
Há uma porção de coisas minhas que você não sabe,
e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você
e voltei e tornei a fugir.
São coisas difíceis de serem contadas,
mais difíceis talvez de serem compreendidas
— se um dia a gente se encontrar de novo, em amor,
eu direi delas, caso contrário não será preciso.
Essas coisas não pedem resposta nem ressonância alguma em você:
eu só queria que você soubesse
do muito amor e ternura que eu tinha — e tenho — pra você.
Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém,
como você existe em mim"
Caio Fernando de Abreu
domingo, 28 de fevereiro de 2010
Você existe em mim
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