sábado, 6 de fevereiro de 2010

Para se amar de amor

"Para se amar de amor é preciso primeiro amar a si mesmo.

Só ama de amor aquele que conhece os próprios abismos e não espera encontrar no colo do outro um paradeiro para as suas quedas.
É preciso aceitar os próprios defeitos e acolher com zelo de mãe a dúvida de não saber-se junto ao peito.
É preciso encontrar um meio de sorrir mesmo quando a tempestade se anuncia.
Para se amar de amor é preciso um bocado de alegria e tardes vazias para serem preenchida com beijinhos e colheradas de brigadeiro.
É preciso aceitar que o outro existe independentemente de você e que você existe independentemente dele.
É preciso jogar no lixo toda e qualquer vaidade ou necessidade vã de controlar o incontrolável: a vida do outro.
Para se amar de amor é preciso um bocado de inteireza e beleza nos olhos para não punir as manhãs que despertam cinza.
É preciso não culpar o outro por nossas falhas e faltas.
Para se amar de amor é preciso falar baixinho, porque o amor, como os passarinhos, foge diante de qualquer grito.
Para se amar de amor é preciso amar sem esperar nada retribuição.
Para se amar de amor é preciso estar inteiro, porque quem ama a ilusão de que o outro é a parte que faltava, não ama de amor, mas sim a idéia de estar completo.
Só ama de amor aqueles que sabem que o amor não é um encontro, mas um acontecimento."

Mônica Montone

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